Em ano de Copa do Mundo, todas as atenções do povo brasileiro são voltadas à seleção canarinho. Vuvuzelas, televisões, comemorações e, também, decepções. Todavia, as decepções que tivemos nesse período não param apenas pelo fraco desempenho da Seleção Brasileira, mas também pelo fato ocorrido de mais um ato de violência contra a mulher, dessa vez, tendo como principal suspeito de autoria o capitão do time mais popular do Brasil e um dos mais populares do mundo, o Flamengo.
Em meio às notícias de bolas na rede e eliminações, fomos vítimas, sim, também fomos vítimas da violência contra a mulher, da certeza de impunidade que muitos homens têm em relação aos crimes que cometem contra as mulheres. O goleiro Bruno é acusado de ser o mandante do assassinato de sua ex-amante, um assassinato brutal; tudo isso porque a modelo Eliza reivindicava o exame de DNA para provar que o atleta era pai de seu filho. E independente de quem realmente seja o culpado, é repugnante mais um caso como esse, em que as mulheres são, mais uma vez, vítimas do machismo.
Não dá para vermos fatos como esse de forma estática, ou de forma jocosa, aceitando passivamente mais um caso de violência contra mulher. Já não é mais novidade assistirmos ex-namorados que não aceitam o fim do namoro assassinarem essas mulheres, já não é mais novidade vermos maridos maltratarem suas mulheres, nem é novidade trogloditas quererem calar as vozes femininas.
A luta pela emancipação feminina é árdua. Mesmo com todo o avanço constitucional, ao ser aprovada a Lei Maria da Penha, os casos de violência contra a mulher não cessaram. É inconcebível almejarmos uma sociedade mais justa, igualitária, a sociedade socialista por que tanto lutamos se dentro de nossas próprias casas as injustiças forem reverberadas. É antagônica ao progresso de uma nação, a exploração que muitas mulheres sofrem dentro de seus próprios lares. Atravanca o nosso avanço, sabermos que as mulheres ainda são menos bem pagas que os homens, mesmo tendo a mesma formação e o mesmo cargo. E não há nada, em situação alguma, que justifique um ato criminoso como esse. Daí faz-se necessário combater os comentários jocosos e machistas que porventura vierem. Independente das origens, os direitos das mulheres devem ser reafirmados e levantadas as bandeiras de suas lutas junto às bandeiras do Brasil, do Socialismo e da Juventude que tanto defendemos.
Por isso, a UJS relembra a luta de tantas mulheres combativas, relembra Eloás, Elizas, Elza Monnerat e Olga Benário e tantas “Marias” mundo afora. Mulheres fortes, que apesar de todo sofrimento, se negam a apenas chorar.
Vida longa à luta das mulheres, contra todo tipo de violência de cunho sexista,
Em 08 de julho de 2010.
União da Juventude Socialista de Pernambuco (UJS-PERNAMBUCO)
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